A extrema pobreza no Brasil foi reduzida pela metade após a pandemia, passando de 19,2 milhões de pessoas em 2021 para 9,5 milhões em 2023. Entre os brasileiros que viviam nessa situação, metade eram da região Nordeste. É o que mostra o Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
No estudo, são consideradas extremamente pobres as pessoas que vivem com uma renda domiciliar per capita de até R$ 209 por mês. Isso implica que uma família de quatro membros, por exemplo, teria R$ 836 por mês para cobrir despesas como moradia, alimentação, energia elétrica, transporte e medicamentos.
O grupo dos pobres inclui aqueles com uma renda domiciliar per capita de até R$ 667 por mês. A distribuição da pobreza no país foi calculada com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Bahia é o Estado nordestino com o maior número de pessoas em extrema pobreza: 1,32 milhão, ou 9,3% da população, de acordo com os dados do estudo e do Censo 2022.
Especialistas afirmam que, embora a região seja frequentemente considerada um bloco homogêneo, as diferenças entre os Estados exigem uma agenda de políticas públicas adaptada às realidades locais. No entanto, a maior taxa de extrema pobreza é observada no Maranhão, onde quase 13% da população, ou 879,3 mil pessoas, estão nessa situação. Entre 2021 e 2023, a redução da extrema pobreza variou de 40,4% no Ceará a 56,9% no Rio Grande do Norte.
“Os números mostram que os programas de transferência de renda têm impacto forte na pobreza e na extrema pobreza. Houve uma redução significativa no Nordeste, mas ainda é a região que tem mais pobres e extremamente pobres”, pontua o coordenador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV Ibre e professor de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Flávio Ataliba Barreto.